Visita ao Museu Anchieta


Imagem de arquivo do Museu


Na tarde de 11 de maio fomos, em visita técnica ao Museu Anchieta de Ciências Naturais, vinculado ao Colégio Anchieta, em Porto Alegre. Fundado em 1908, pelo padre Pio Buck, é o mais antigo museu escolar em atividade na Capital do estado do Rio Grande do Sul. A mediação foi realizada pela professora Silvia Cramer, que nos apresentou as atividades desenvolvidas na instituição. Muito atenciosa, a professora iniciou a visita pelo setor educativo. Ela informou que, ao ano, cerca de 5 mil estudantes visitam o Museu, incluindo os alunos do Colégio Anchieta. Em sua maioria são discentes do ensino fundamental, até o 6° ano.
As “caixas” do setor educativo são compostas por réplicas de coleções, de acordo com as necessidades apontadas pelos professores que buscam a instituição. Os visitantes também podem ver as coleções originais. A visitação tem custo de cinco reais para cada aluno. Ao visitante espontâneo não há custos - há baixa frequência desse público.
Também fomos informados da grande procura de pesquisadores pelas coleções disponíveis no Museu. No entanto, não há levantamento da produção desenvolvida a partir do que foi consultado no Anchieta.
De acordo com os dados disponíveis no site da instituição, as coleções compreendem:
Foto:  Tayze Duarte

Coleções Científicas de Referência Fauna e Flora do RS:

 Entomológica (130.000 exemplares). Insetos com maior ênfase na Ordem Coleoptera
 Ictiológica (12.000 exemplares). Peixes conservados em álcool
 Paleontológica (1.245 lotes). Fósseis predominantes da região de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
 Mineralógica e Petrológica (4.000 exemplares). Minerais e rochas de varias localidades.
 Mastozoológica (230 exemplares). Com mamíferos taxidermizados, peles e crânios.
 Ornitológica (471 exemplares). Aves taxidermizadas.
 Herpetológica (836 exemplares). Répteis.
 Botânica (740 excicatas). Plantas secas e identificadas.
 Etnográfica (2.810 unidades). Artefatos de povos indígenas do Mato
Grosso. Tribos: Rikbaktsa, Irantxe, Nambikuára, Caiabi, Pareci e
Xavante.
Questionamos a relação dessa coleção de artefatos mato-grossense. A professora informou tratar-se de objetos oriundos de uma missão de catequização de indígenas desenvolvida pela congregação religiosa. Ao findar a ação no Mato Grosso, os religiosos colocaram a coleção no inventário do Museu.
Quanto à coleção paleontológica, a maior parte dos objetos são oriundos da Europa, adquiridos na década de 50 do século passado, dada as relações da Congregação com o continente europeu. De acordo com a professora, todos estão gravados em livro tombo.
Diante do volume do acervo perguntamos à professora se o Museu conta com Plano Museológico. A resposta foi afirmativa e ela informou que estão seguindo as orientações apontadas no documento construído em conjunto com a empresa Mosaico. Disse ainda que não conta com orçamento específico para o Museu e, por isso, não consegue dar conta de cumprir tudo o que foi estabelecido no PM, bem como a falta de recursos para contar com mão-de-obra especializada, ou sequer, estagiários remunerados.
Tudo o que pode ser feito, com os recursos financeiros e humanos disponíveis está em andamento, a exemplo da substituição, nas coleções de insetos, da antiga naftalina por sílica e cânfora. Mas há muito a fazer.
Marcante foi o entusiasmo e a vontade da professora em preservar, conservar e difundir o Museu.
Equipe:
Coordenador: Fernando Rodrigues Meyer
Biólogas: Dorinha Alves Muller e Silvia Roberta Cramer e mais uma estagiária

Planetário: em funcionamento



Eu e o colega André Ayala na entrada da exposição de longa duração

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