
Para a autora, Museologia e a Educação devem compreendidas
como ação social e cultural. “A contemporaneidade não comporta mais modelos de
desenvolvimento tecnológico e científico dissociados dos referenciais culturais
de um povo” (p.308). Ressalta, também, que para construir conhecimento, as
relações entre ensino formal e o não formal devem ser estreitas, respeitando as
experiências e criatividades dos muitos sujeitos sociais.
O conhecimento é criado entre pessoas que dialogam. Para
Santos, a análise da educação é um “processo que deve ter como referencial o
patrimônio cultural”. Esclarece, ainda, que a “escola é uma instituição que faz
parte do patrimônio cultural e, ao mesmo tempo, é alimentada por diversos
patrimônios culturais, representados pelo conhecimento produzido e acumulado ao
longo dos anos, resultado da herança cultural construída pelos sujeitos sociais
ao longo da vida (...)”. (p.309).
Tradição é elemento da educação e esta é “o suporte
essencial que lhe dá sentido, fornecendo a base necessária para a construção e
reconstrução do conhecimento” (p.310). Santos ressalta que “repensar a tradição
e reconstruí-la é missão primordial da escola; o legado cultural deve ser a
base, o referencial básico para a apresentação de novos problemas e de novas
abordagens, o que só poderá ser conseguido por meio da pesquisa, considerada
como princípio educativo” (p.311).
Ao discorrer sobre pesquisa como princípio educativo, a
autora defende que esse é “o caminho a ser percorrido, no sentido de estabelecer
uma relação efetiva entre educação e cultura, visando à apropriação e à criação
de novos patrimônios culturais” (p.311).
Segundo a autora, a compreensão de que a educação se apoia
na construção e reconstrução do patrimônio cultural propõe estabelecer
aproximação entre o processo educativo e museológico, observando as
especificidades de cada um. Diz a autora que “assim como na educação, o
patrimônio cultural é o referencial básico para o desenvolvimento das ações
museológicas” (p.311). E “como ação que transforma, que é resultado da ação e
da reflexão dos sujeitos sociais, em determinado contexto, passível de ser
repensado, modificado e adaptado em interação, contribuindo para a construção e
reconstrução do mundo” (p.314) justifica associar o termo processo às ações de
musealização, “compreendido como uma sequencia de estados de um sistema que
transforma, por meio de questionamentos reconstrutivo e que, ao transformar-se,
transforma o sujeito e o mundo” (p.314).
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